quarta-feira, 30 de março de 2011

A LINGUAGEM DA POESIA

LINGUAGENS DA ARTE- Prof. Jaime Leitão
Encontro 3
A poesia
O enigma poético
"Mas o que vou dizer da Poesia? O que vou dizer destas nuvens, deste céu? Olhar, olhar, olhá-las, olhá-lo, e nada mais. Compreenderás que um poeta não pode dizer nada da poesia. Isso fica para os críticos e professores. Mas nem tu, nem eu, nem poeta algum sabemos o que é a poesia." (Garcia Lorca)
O que é a poesia?
Não há uma definição objetiva em relação a ela , mas a poesia é, talvez, a expressão de sentimentos, emoções e sentidos do poeta em relação àquilo que o rodeia ou pelo que toma como tema, revelada na forma escrita, com sonoridade e estrutura que muitas vezes se assemelha a um cântico, a um apelo, etc.
Analisando-a no plano fônico, a poesia não é uma linguagem comum que serve somente para significar. Consegue criar um conjunto de sons agradáveis e melodiosos através da rima, do ritmo e de várias figuras de estilo como a repetição, que é frequentemente utilizada.
A poesia consegue tornar visível algo abstrato como os sentimentos, em realidades quase palpáveis. Ela
Um dos elementos mais representativos da poesia é o lirismo, que não é mais do que a expressão do "eu".
Aí, o poeta fala do que sente; revela-nos o seu estado de espírito, de um modo que é estranho aos indivíduos em geral, que muitas vezes são tomados pelos mesmos sentimentos e sensações, mas que não são capazes de transformá-los em expressão poética.
Aliás, da maneira que os sentimentos, a poesia não é regida por um modelo generalizado: cada poeta tem a sua forma, o seu estilo, o seu método de escrever.
O poeta poderá também apresentar como tema aquilo que o rodeia. Interioriza o que lhe é externo e trata-o de uma forma sentida, expondo o resultado, de um modo geral, completamente transformado, à sua maneira: revela um mundo criado por si a partir de um mundo que lhe passa ao lado.
É uma arte, com uma linguagem bem peculiar, entranhada no seu próprio mistério , que nunca será completamente desvendado.
Fonte: Adaptação do site: http: migo1.tripod.com

LEITURA DE POEMAS

CÃO
Charles Bucowski

Um cão apenas
caminhando sozinho numa calçada quente em pleno
verão
parece ter mais poder
do que dez mil deuses.
Por que isso?
Produção 1:
Escreva um poema que tenha o mesmo título do poema de Bucowski: CÃO
ARTE DE AMAR
Manuel Bandeira

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Produção 2:
Escreva um poema que tenha como título : Arte de Amar

quarta-feira, 16 de março de 2011

INSTALAÇÃO EM KASSEL



A instalação acima fica ao ar livre em Kassel, na Alemanha, e permite aos visitantes que se entre nela para ver parte da paisagem da cidade.

A ESCULTURA CONTEMPORÂNEA


Beam Drop (Soltar feixes) Inhotim (2008) é uma escultura em grande formato, localizada no alto
de uma montanha, feita de 71 vigas de construção jogadas por um guindaste
de uma altura de 45 metros, dentro de uma vala cheia de cimento fresco,
durante um período de 12 horas. O padrão aleatório das vigas caídas formou
a obra, numa interpretação da gestualidade do expressionismo abstrato, ao
mesmo tempo propondo uma desconstrução da escultura moderna. Esta peça
é a recriação, em formato maior, de um trabalho originalmente instalado em
1984, no Art Park, no Estado de Nova York, e destruído em 1987.

A ESCULTURA CLÁSSICA


A ESCULTURA
A escultura clássica é uma criação em terceira dimensão, a partir de materiais como mármore, gesso e bronze, trabalhando preferencialmente a anatomia humana, a partir da subjetividade do artista. Já a escultura contemporânea utiliza os mais diversos materiais: madeira, plástico, ferro, aço. Não há limites para ela. Nem na utilização da matéria-prima nem nas temáticas que são exploradas.

A Vênus de Milo é uma famosa estátua grega. Ela representa a deusa grega Afrodite, símbolo do amor, da sexualidade e da beleza física. É uma escultura em mármore, com 2.03 cm de altura, que data de cerca de 130 A.C. e que se pensa ser obra de Alexandros de Antióquia.

VIDEOARTE INSTALAÇÃO

terça-feira, 15 de março de 2011

ARTES VISUAIS II A INSTALAÇÃO


Exemplo de instalação

Death Row - Ivan Navarro na Bienal de Veneza


Um dos destaques da 53ª edição da Bienal de Veneza, realizada em 2009, é a instalação "Death Row” (Corredor da Morte), do artista chileno Ivan Navarro.

Para o pavilhão do Chile, Ivan criou 30 portas de aluminío, cada uma com uma cor de neon. O efeito é incrível.


A Instalação é um fazer artístico dos mais relevantes no panorama das artes no século XX e início do XXI. Embora já bastante discutida, conta ainda com frágil definição e com muitos pontos a serem pesquisados de forma incisiva.
Como boa parte da produção artística contemporânea, a Instalação não permite rotulação única, por seu princípio experimental. O conceito, a intenção do artista ao formular seu trabalho é em grande parte a essência da própria obra, na medida em que a instalação emerge no contexto da Arte Conceitual.

A Instalação, enquanto poética artística, permite uma grande possibilidade de suportes, e em sua realização pode integrar recursos de multimeios, por exemplo, videoarte, caracterizando-se em uma videoinstalação Esta abertura de formatos e meios faz com que esta modalidade se situe de forma totalmente confortável na produção artística contemporânea, já que a Arte Contemporânea tem como característica o questionamento do próprio espaço e do tempo.

A obra contemporânea é volátil, efêmera, absorve e constrói o espaço a sua volta, ao mesmo tempo, que o desconstrói. A desconstrução de espaços, de conceitos e idéias está dentro da práxis artística da qual a Instalação se apropria para se afirmar enquanto obra.

Essencialmente, é a construção de uma verdade espacial em lugar e tempo determinado. É passageira, é presença efêmera que se materializa de forma definitiva apenas na memória. O sentido de tempo, no caso da fruição estética da Instalação é o não-tempo, onde esta fruição se dá de forma imediata ao apreciar a obra in loco, mas permanece em sua fruição plena como recordação.

Essa questão do tempo é crucial na Instalação, fazendo com que a mesma seja um espelho de seu próprio tempo, questionando assim o homem desse tempo e sua interação com a própria obra. Nesta condição podem-se indicar algumas características próprias das instalações da década de 70.

Na década de sessenta os artistas passaram a questionar os suportes tradicionais da arte e fazer trabalhos que mais tarde ficaram conhecidos como Instalações, por exemplo a Arte Ambiental de Hélio Oiticica. Estes trabalhos tinham em comum a apropriação de espaços e o questionamento da arte em suas modalidades convencionais, pintura e escultura, apoiando-se na Arte Conceitual e nos meios anartísticos.

A permanência da Instalação é um fenômeno destacável na Arte Contemporânea, sendo uma das mais importantes tendências atuais. A instalação, na Contemporaneidade tornou-se mais complexa e multimidial, enfatizando a espetacularidade e a interatividade com o público. As combinações com várias linguagens como vídeos, filmes, esculturas, performances, computação gráfica e o universo virtual, fazem com que o público se surpreenda e participe da obra de forma mais ativa, pois ele é o objeto último da própria obra, sem a presença do qual a mesma não existiria em sua plenitude.

Esta participação ativa em relação à obra faz com que a fruição da mesma se dê de forma plena e arrebatadora, o que em muitos casos pode até mesmo tornar esta experiência incômoda e perturbadora.

A necessidade de mexer com os sentidos do público, de instigá-lo, quase obrigá-lo, a experimentar sensações, sejam agradáveis ou incômodas, faz da Instalação um espelho de nosso tempo. Pode-se dizer de fato que a Instalação é uma obra epocal, a qual só faz sentido se vista e analisada em seu tempo-espaço.

Na Coleção do MAC USP, as características das Instalações da década de 70, tais como a ênfase às questões conceituais e perceptivas, e a neutralidade marcadas pelo racionalismo da Arte Conceitual são observadas nos trabalhos de Chihiro Shimotani, Kuniichi Shima, Ione Saldanha e Carlos Alberto Fajardo.
Luciana Bosco e Silva [mestranda]
Daisy Peccinini [coordenadora]
MAC (Museu de Arte Contemporânea)
USP

Programação 2011

LINGUAGENS DA ARTE- Jaime Leitão
1º semestre de 2011
Artes visuais-I

Pintura

Conceito geral
A pintura em linhas gerais é a técnica de aplicar pigmento em forma líquida a uma superfície, a fim de colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas os mais variados.
Em um sentido mais específico, é a arte de pintar uma superfície, utilizando os mais diversos suportes: papel, tela , madeira ou uma parede(pintura mural ou afrescos). A pintura a óleo é considerada por especialistas a mais tradicional e a mais duradoura . A maior parte das obras de arte mais importantes do mundo, que sobrevivem já há sédculos , como a Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, ou Festa Camponesa, de Pieter Bruegel, sãopinturas a óleo.
Além do óleo, a tinta acrílica, considerada menos tóxica, é bastante utilizada nos dias de hoje. Com a variedade de experiências entre diferentes meios e o uso da tecnologia digital, expande-se a ideia de que a pintura não precisa se limitar à aplicação do "pigmento em forma líquida". Atualmente , o conceito de pintura pode ser ampliado para a representação visual através das cores. Mesmo assim, a definição tradicional de pintura ainda permanece pela tradição que ela carrega.
É importante ressaltar que a técnica é só um ponto de partida. O que prevalece em uma pintura é o talento do artista, a sua capacidade de criar, de interpretar cenas, rostos, emoções, transformando-os em obras de arte e utilizando para isso a sua capacidade inventiva.
Na pintura, a linguagem não –verbal expressa-se de forma densa e ao mesmo tempo sintética, explorando a narrativa, a descrição , a subjetividade e a transcendência.

A TELA

Jaime Leitão



O que uma tela revela?
O que uma tela esconde?
Guernica de Picasso revela a guerra,
A morte
As atrocidades
A barbárie.
E também a indignação
Daqueles que não perderam
A dimensão do humano
Da poesia
E da arte.
Diante dos nossos olhos
A pintura se move
Na mais variadas direções .
Nós, diante da tela,
Somos mais que espectadores,
Somos narradores
E personagens
De uma história
Que tem cor
Luz
E um enredo
Que se desdobra
Em muitas outras telas
Que pintamos na imaginação.