segunda-feira, 15 de março de 2010

A LINGUAGEM DA DANÇA

DANÇA É CORPO, É MOVIMENTO

A linguagem da dança é a linguagem do corpo, do movimento no espaço, do abrir-se para a narrativa , a reflexão e o lúdico utilizando os recursos da expressividade corporal.

O BALÉ ClÁSSICO

Fonte: Romeu e Julieta, com Rudolf Nureyev e Margot Fonteyn.
Plumbago.

O r i g e n s
O balé clássico se originou das danças coral cortesã e mourisca. Grupos de figurantes (cavalheiros da corte e, às vezes damas) formavam as "entradas de mouriscas", usando trajes bizarros na caracterização dos personagens. As danças se sucediam a intervalos, cada grupo realizava seu bailado e, por fim, todos se uniam na dança geral.
Os espetáculos ganharam maior dramaticidade na Itália e os temas da mitologia clássica substituíram os dos romances medievais. A dança pantomímica passou a ser executada por bailarinos profissionais e transformada em espetáculo público.

O balé se estruturou na Itália, antes de se desenvolver na França. Em meados do século XVI, Catarina de Médicis levou a Paris o balé "Comique de la Reine". A primeira peça de gênero dramático "Ballet de Circé" foi composta em 1581, pelo músico italiano Baldassarino.

Luís XVI foi o fundador da Academia Real de Dança, em 1661. Esse berço do balé profissional deu grande impulso à dança.
O balé passou para o teatro. Os artistas eram sempre do sexo masculino. Usavam máscaras e trajes que dificultavam os movimentos. As mulheres foram incluídas como bailarinas em 1681, po Lully, em seu "O Triunfo do Amor". Os passos eram baixos e sem saltos. Os grandes saltos foram incorporados à técnica pelo grande bailarino Ballon. As cinco posições básicas dos pés foram elaboradas po Pierre Beauchamp. Raoul Feuillet realizou a primeira tentativa de notação de dança com sua "Coreografia ou Arte de Escrever a Dança".

As mulheres passaram a se destacar e contribuíram para o aperfeiçoamento da arte. Marie Camargo criou o jeté, o pas de basque e o entrechat quatre, além de encurtar os vestidos até acima dos tornozelos e calçar sapatos sem saltos.

Jean Georges Noverre foi a figura mais importante da dança no século XVIII. Além de vários bailados, foi autor de "Lettres sur la Danse et les Ballets", que trazia leis e teorias do balé. Ele afirmava que o balé é uma arte nobre, destinada à expressão e ao desenvolvimento de um tema. Criou o balé dramático, onde a história é contada através de gestos. Reclamava maior expressão na dança, simplicidade e comodidade nos trajes, além de mais vastos conhecimentos para os "maitres de balé" e a necessidade de um tema para cada balé. A partir daí, Gaetan e Auguste Vestris criaram novos passos.

As famosas bailarinas russas começaram a aparecer na Europa em meados do século XIX. Conquistaram de vez os teatros.
O Romantismo na dança foi inalgurado po Marie Taglioni. Assim, as bailarinas se tornaram seres quase irreais, em um ideal de imaterialidade. Toda a técnica e estética da dança foi revolucionada. Taglioni criou o *sapato de ponta, dando às bailarinas a possibilidade de executar proezas técnicas e aparência de flutuar nas pontas dos pés, além do *tutu - vestido semi-longo, de tule, com corpete justo, possibilitando liberdade total para os movimentos. Sua mais famosa criação foi "La Sylphide" (1832).

Jean Coralli criou "Giselle" em 1841, um dos maiores bailados tradicionais, de caráter dramático e emotivo. Jules Perrot produziu "Pas de Quatre", em 1845. Em 1870, Arthur de Saint-Léon criou "Coppélia", com música de Delibes.

Marius Pepita, com Cecchetti e Ivanov criou "Quebra-Nozes", em 1892; com Lev Ivanov criou "A Bela Adormecida", em 1890. Todos com música de Tchaikovski, como a maioria dos grandes balés russos.

Pepita preparou vários bailarinos de grande talento. Pelas mãos de Enrico Cecchetti passaram os mais famosos nomes da dança internacional, como Anna Pavlova. O estilo e o método de Cecchetti ainda permanecem.

No começo do século XX, o balé teve um impulso, que se deve a Sergei Diaghilev.
A coreografia foi revolucionada por Fokine, que pôs em prática os ideais de Noverre. A dança deveria ser interpretativa, mostrando o espírito dos atores, em harmonia com a música e a arte plástica. O mais célebre bailado de Anna Pavlova - A Morte do Cisne - foi criado por ele, além de 68 bailados, representados no mundo inteiro.
Fonte: http://www.sitedasartes.hpg.ig.com.br/bale.htm

A DANÇA CONTEMPORÂNEA

A dança contemporânea rompe com a linearidade, com o corpo que narra, passando a destacar o corpo refletindo o comportamento humano em determinado contexto e época, é o corpo sendo o físico e o metafísico, o visível e o invisível ao mesmo tempo, o concreto e o abstrato, o palpável e o impalpável.



Fonte: Grupo Corpo.

Grupo Corpo questiona a existência no espetáculo "Onqotô"
LUCIANA ARAUJO
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Belo Horizonte
09-08-2005


Num voo rumo ao chão, o homem busca a resposta à sua pergunta diante do mundo: "Onde estou?". Questão que em "mineirês" se traduz no novo espetáculo do Grupo Corpo, "Onqotô", em cartaz a partir de amanhã, no teatro Alfa, em São Paulo, a primeira das cinco capitais da turnê nacional, que traz ainda a reapresentação de "Lecuona" (2004).

O questionamento existencial --"onqotô?", "para onde vou?" ("pronqovô?") e "quem eu sou?" ("qemqosô?")-- marca a inquietação dos gestos de busca da coreografia que Rodrigo Pederneiras desenvolveu a partir da trilha sonora de Caetano Veloso e José Miguel Wisnik, criada, entre outras reflexões, a partir da idéia contida na frase de Nelson Rodrigues sobre a clássica rivalidade do futebol carioca, "O Fla-Flu começou 40 minutos antes do nada".

Wisnik ressalta que ""onqotô" tanto parece uma palavra africana quanto oriental e indígena, como se rodasse por toda parte", assim como a companhia de dança, que rodou o mundo em 30 anos de existência.

Para abrigar essa busca pela origem em música e dança, Paulo Pederneiras idealizou um "não-cenário", que expressa o começo e o vazio, o princípio do universo. "Livrei-me de todas as referências do palco, apelando para a forma redonda", conta ele, que também é o diretor artístico e o responsável pela iluminação do espetáculo.

Dispostas num semicírculo e esticadas do chão até uma altura de nove metros, tiras de borracha remetem ao mesmo tempo às formas de uma aldeia, de um planeta e de um estádio de futebol.

A presença do futebol, no entanto, é apenas pressentida: os dribles incorporados à coreografia, a iluminação vinda de cima, os tênis e as joelheiras do figurino idealizado por Freusa Zechmeister funcionam como proteção para os bailarinos, pois o impacto dos corpos contra o chão é primordial em "Onqotô".

Antes era o nada

Como um sopro criador, a música "Fla-Flu" embala os movimentos iniciais ao som de flautas. Na seqüência, os bailarinos dançam em bloco, com movimentos que percutem no chão. "A busca da identidade se dá na terra, e o corpo é este veículo que viaja sobre ela", diz Rodrigo Pederneiras.

A procura por respostas é de todos e de cada um. Corpos dançam juntos e, vez ou outra, um bailarino se desprende para encenar um solo. "São reflexões sobre grupos e indivíduos; uniões e separações", explica o coreógrafo.

Dois homens rastejam "entre o chão e o não", sob a canção "Madre Deus": "Frente ao infinito/ costas contra o planeta". Noutro momento, a canção tribal "Cobra do Caos" conduz os passos de mulheres, expressando a feminilidade da terra fértil.

A busca também se faz no corpo do outro e em confrontações. Um homem e uma mulher movem-se com violência; duas mulheres tocam-se com languidez. Ambas as duplas em sintonia com os versos musicados do poema "Mortal Loucura", de Gregório de Matos (1636-1695). O Fla-Flu, no início sugerido instrumentalmente, escancara-se em passos de hip hop no ritmo de "Big Bang", em que Caetano e Wisnik contestam a aceitação da expressão inglesa.

Coreografia de músculos

Solidão e opressão marcam o caminho do homem sobre a Terra. Diante dela, ele se sente um nada. Neste ponto, um dos momentos mais intensos, versos de "Os Lusíadas", de Camões, são cantados pela não-cantora Gracie.

Encolhido, "um bicho da terra tão pequeno", o bailarino Helbert Pimenta movimenta-se sob uma luz que simula as dos carros de polícia. A platéia só vê as costas e braços do homem/coisa em sua coreografia de músculos.

Por fim, quando a voz de "Onqotô" se transforma em música, um homem despenca sobre o palco. E permanece ali, imóvel, um corpo estendido no chão.

PRODUÇÃO DE TEXTO:

1-Escreva um poema ou uma crônica que tenha como tema: A DANÇA, relacionando-a com as palavras e as ideias nelas contidas: movimento-leveza-expressão-linguagem-liberdade-transcendência-construção.

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